Boa tarde pessoal!
Bom, hoje vamos falar um pouquinho sobre a
autenticidade e a veracidade referente ao vídeo sobre a Cataluña!
De acordo com o Conarq Autenticidade é a qualidade de
um documento ser exatamente aquele que foi produzido, não tendo sofrido
alteração, corrompimento e adulteração.
A autenticidade é composta de
identidade e integridade.
“A autenticidade dos documentos arquivísticos digitais
é ameaçada sempre que eles são transmitidos através do espaço (entre pessoas e
sistemas ou aplicativos) ou do tempo (armazenagem contínua ou
atualização/substituição de hardware/software usados para armazenar, processar
e comunicar os documentos). Como a guarda de documentos arquivísticos digitais
é inexoravelmente ameaçada pela obsolescência tecnológica, a presunção da sua
autenticidade deve se apoiar na evidência de que eles foram mantidos com uso de
tecnologias e procedimentos administrativos que garantiram a sua identidade e
integridade (componentes da autenticidade); ou que, pelo menos, minimizaram os
riscos de modificações dos documentos a partir do momento em que foram salvos
pela primeira vez e em todos os acessos subsequentes.” (Conarq).
Em questão o vídeo da Cataluña onde o presidente usou
a mídia televisiva para se comunicar diante da atual situação (separação Cataluña
da Espanha):
Para tanto, caso se fossemos traduzir quanto a presunção
de autenticidade em relação ao vídeo faz-se necessário uma avaliação apoiada na
análise de sua forma e de seu conteúdo, baseado
em uma cadeia de custodia ininterrupta desde o momento da sua produção. Além
do ambiente de produção e de manutenção, uso e preservação desse documento, e
não apenas com base em suas características físicas ou em soluções tecnológicas.
Contudo os documentos arquivísticos digitais apresentam dificuldades adicionais
para presunção de autenticidade em razão de serem facilmente duplicados,
distribuídos, renomeados, reformatados ou convertidos, são alterados e
falsificados com facilidade como foi o caso do vídeo, as imagens dos protestos
contradiziam em relação ao áudio do presidente, enquanto ele falava em
democracia os policiais confiscaram as urnas de votação, inclusive até mesmo os
jornais se contradiziam diante da imagem dos fatos reais.
Dessa forma: o vídeo sofreu alteração e foi
adulterado, diante disso não pode ser considerado autêntico, pois como vimos a autenticidade
é composta de identidade e integridade.
A identidade do
assunto, da data, do vídeo foram alterados portanto não caracterizando um
documento único íntegro ou seja, foram usadas imagens de acontecimentos que
ocorreram em outras datas.
A integridade
da mensagem que o presidente transmitiu sofreu alterações de conteúdo de maneira que não atingiu seus objetivos ,
pois o áudio era controverso com a imagem.
Como já foi colocado, sabe-se que a veracidade diz respeito
ao conteúdo do documento e se suas informações são falsas ou não. Para analisar
a veracidade do documento, em qualquer suporte, é preciso observar os aspectos
referentes ao conteúdo do documento. Tem-se também que a autenticidade não é
garantia de veracidade. Observa-se que no vídeo analisado, o da Cataluña, não
se tem presente a veracidade. O depoimento do presidente não condiz com as
imagens mostradas no vídeo. Nas primeiras cenas do vídeo vê-se claramente o
fato de o presidente falar e destacar o quanto a democracia da Espanha é
madura, avançada, amável e tolerante. Ele profere essas palavras enquanto os
policiais batem nas pessoas. Essa contradição nos levou a concluir a falta de
veracidade. A ideia do vídeo é de democracia, mas na verdade se trata de uma
repressão ou espécie de ditadura.
RESOLUÇÃO Nº 37, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2012. Aprova as Diretrizes
para a Presunção de Autenticidade de Documentos Arquivísticos.